Centro Biblico
Cliente: European Baptist Mission
Estado: Cancelado
Localização: Beira, Moçambique
Área: 1100 m2
Data: Dezembro de 2000
Tipo: Centro de Estudos
Este projeto remodelou o templo da Igreja Baptista de Matosinhos, um edifício com mais de 60 anos e que necessitava de obras de restauração, remodelação e ampliação.
Pretendia-se manter parcialmente o existente edificado. Assim, as alterações fixaram-se essencialmente na redefinição da compartimentação interior, na adequação do edifício a pessoas de mobilidade reduzida e numa redefinição do alçado principal.
Com uma frente de 13,6 metros, criam-se duas entradas sobre a rua. Uma delas (mais a Sul) pretende ser a entrada para o salão de cultos, com capacidade para 140 pessoas, e que ocupa quase na totalidade o piso térreo. Esta entrada será mais utilizada pela igreja aos fins-de-semana. A outra, a Norte, será utilizada durante a semana, com um acesso mais direto aos elementos de circulação vertical. Aqui também se situa a recepção/secretaria.
O primeiro piso é ocupado por uma sala polivalente e seus espaços de apoio. Nesta sala funcionará o centro de dia (zona de estar) e refeitório, servido por uma cozinha e despensa. Há ainda uma zona mais recolhida (a Poente) em torno de um pequeno balcão e que procura criar pequenas zonas de uso mais individualizado, mas também uma sequência espacial que procura um gradual encolhimento ou abertura da forma oblonga que a sala assume. A criação de uma generosa área de arrumos permite garantir a polivalência da sala, através da rápida arrumação ou reposição de mobiliário consoante o uso.
O alçado reveste-se de simbolismo. Pela função distinta deste edifício em relação aos demais, procura destacar-se da envolvente próxima, criando uma imagem de edifício publico.
A volumetria procura relacionar-se com o edifício contíguo a Norte, com uma cércea mais elevada. Simultaneamente, na parte do alçado a reconstruir (a Sul), procura-se criar uma maior abertura através do uso do vidro. Deste modo permitir-se-á uma maior relação entre o interior do edifício e a rua.
Estando implantado em Matosinhos: “terra de horizonte e mar”, como se lê em cada entrada da cidade, o desfasamento dos painéis de vidro pelos diversos pisos procura também evocar a ondulação marítima, tão presente na cultura matosinhense.
Por outro lado, e como não podia deixar de ser, pretende-se uma marcação evidente da função do edifício, devendo este ser uma representação do cristianismo. Tal se evidencia pelo uso da cruz do topo, que se dimensiona de forma a relacionar-se com a cércea do edifício a Norte, servindo também como elemento visual de ligação com o volume mais baixo da garagem a Sul.
A inclinação da parede a Sul serve como um elemento visual que direciona o olhar para o topo e para a cruz. A indicação da função do edifício, com as palavras “IGREJA EVANGELICA BAPTISTA”, sobre esta linha reforçará esta intenção. Simultaneamente, a forma que se cria neste vazio, entre reboco e vidro, procura evocar o rasgar do véu do templo, que simboliza o acesso direto a Deus através do sacrifício de Jesus, conforme descrito na Bíblia Sagrada em Lucas 23: 44-46:
“Era já quase a hora sexta, e houve trevas em toda a terra até a hora nona, pois o sol se escurecera e rasgou-se ao meio o véu do santuário.
Jesus, clamando com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isso, expirou.”
INTRODUÇÃO
A especificidade programática de uma biblioteca é, por si só, um desafio. As novas tecnologias, ainda que não tenham tornado o papel do livro obsoleto, obrigam a repensar as implicações do que é uma biblioteca?
Para que serve?
Como se utiliza?
Propor um edifício para um local tão visivelmente destacado no seu entorno urbano torna esse desafio ainda mais aliciante. O Largo José Afonso é, muito provavelmente, o grande momento de pausa na malha urbana de Setúbal.
É um espaço de transição entre a cidade e o mar.
Um espaço de circulação e um espaço de pausa.
A proposta que apresentamos pretende enfrentar estes problemas, conceitos e uma mistura de novas e velhas realidades.
É um desafio, mas se não o fosse não teria tanta graça.
IDENTIDADE ARQUITETÓNICA
A nossa proposta fundamentou-se de um pressuposto básico, o qual está contido no programa preliminar: o de que a identidade morfológico-arquitetónica de um edifício de uso marcadamente público deve destacar-se da envolvente como tal. Neste contexto, procuramos estabelecer um proposta com uma linguagem arquitetónica contemporânea e que acrescente valor ao contexto urbano.
A imagem da nossa proposta evoca um livro aberto – o elemento marcante de uma biblioteca. A implantação e planta tipo baseiam-se num triangulo isósceles com um vértice a 90o o qual (como se verá de seguida) tem relações fortes com a envolvente urbana.
A partir deste preambulo, estabeleceu-se uma matriz de eixos de composição paralelos às faces do triangulo que formam e definem não apenas a configuração espacial e organizativa, como também a grelha estrutural do edifício. Neste sentido, e pela sua forma inerente, um eixo de simetria confere uma maior introspeção e centralidade dos espaços assim formados.
Neste contexto, o edifício pretende um misto de enclausuramento e abertura ao exterior. O equilíbrio entre estes dos princípios opostos é conseguido pela casca exterior do triangulo, em si mesmo cega mas interrompida por caixas (também elas triangulares) de vidro que se salientam do volume principal e criam espaços que, embora de menor dimensão – e por isso mais reservados – proporcionam também momentos de uma maior abertura e relação com a envolvente urbana.
A intenção de criar um espaço plurifuncional que permita simultaneamente momentos de estudo e descanso, cultura e lazer, abertura para o exterior e introversão contemplativa. A flexibilidade dos espaços
As salas de leitura são amplos open-space organizadas modularmente pela marcação dos elementos estruturais.
Átrio e salas de leitura (secção de adultos e secção infantil) estão sobrepostos e ligados espacialmente pelo seu pé direito. Aqui um grande vazio central cria relações visuais com o piso inferior e confere ao espaço uma dimensão arquitetónica distinta. para além de inundar o espaço com luz proveniente das claraboias na cobertura.
IMPLANTAÇÃO E ENQUADRAMENTO URBANO
A localização estratégica do Largo José Afonso, bem como o seu enquadramento urbano geral, preexistências, envolvente e condicionantes, foram alvo de especial atenção na definição da implantação e forma do edifício proposto. Assim, procurou-se implantar a biblioteca fora das delimitações dos elementos protegidos de modo a salvaguardar os mesmos.
Tendo sido alvo recente de intervenção urbanística, ao abrigo do programa Polis, parece-nos desmesurado intervir profundamente na configuração do Largo José Afonso, dado que o mesmo possui neste momento uma qualidade e identidade urbana própria, embora subaproveitadas. Assim, consideramos que bastará uma pavimentação das áreas atualmente em terra batida o que, em conjunto com a implantação da biblioteca, valorizará o largo e o seu entorno.
A opção de implantar o edifício em localização mais distante da Av. Luísa Todi coloca-o numa das zonas menos ruidosas do largo e não requer alterações substanciais às redes existentes de distribuição e drenagem de águas e iluminação exterior. O mesmo aplica-se às arvores e equipamentos urbanos instalados, os quais, por via da nossa proposta, poderão ser mantidos quase na sua totalidade.
Outro elemento que se tomou como relevante foram os fluxos de circulação pedonal. As circulações diagonais que seguem o alinhamento do pórtico do auditório exterior, bem como a alameda de árvores a poente do Largo definiram, a grosso modo, os limites da edificação.
Semelhantemente, está prevista a implantação a grosso modo de uma possível futura ampliação da Biblioteca. Esta localizar-se-ia em espaço próximo (embora não contíguo), com a circulação entre os dois volumes a ser realizada por meio de passadiços no primeiro e segundo pisos. Deste modo, continuam salvaguardadas a orientações espácio-funcionais definidas para o largo.
Por outro lado, em relação à opção para a localização do edifício de estacionamento, considera-se que a introdução de um outro grande volume edificado na proximidade da biblioteca e no centro do Largo desvalorizaria os mesmos e diluiria substancialmente a sua identidade como espaço privilegiado de estar. Complementarmente, considera-se que além de existir atualmente um bom número de lugares de estacionamento à face da rua, é ainda possível aumentar a sua capacidade introduzindo cerca de 40 lugares na face poente do Largo – o que envolveria um custo de intervenção significativamente reduzido e com um efeito idêntico ao requerido no programa preliminar.
Assim, propomos que o edifício de estacionamento seja localizado na zona de estacionamento existente a Norte do edifício do Instituto Português da Juventude. Deste modo, será possível aproveitar este espaço de contorno e libertar a área do Largo de uma segunda intervenção.
Compreendemos que, dado que se pretende que este estacionamento (cuja construção é ainda incerta) seja para uso da biblioteca, preferir-se-ia uma localização mais próxima da mesma. No entanto, pelo exposto consideramos que esta alternativa é a que mais valoriza o espaço e a cidade.
Deste modo, pela sua localização estratégica, o Largo José poderá manter e reforçar a sua identidade como praça urbana, melhorando a sua capacidade de alojar eventos de grande porte e também como zona de lazer e descanso.
ORGANIZAÇÃO INTERNA E FUNCIONALIDADE
A funcionalidade dos espaços e a forma como se relacionam foi o elemento caracterizador da organização programática da nossa proposta. Os percursos de circulação foram reduzidos ao mínimo por via de uma organização centralizada em torno de um grande espaço que ordena e relaciona os diferentes pisos e funções do programa, tanto visualmente como ao nível da circulação vertical e da entrada de luz zenital.
O átrio de entrada no piso térreo assume-se como o grande espaço distribuidor e organizador de onde se acede diretamente a quase todos os espaços do edifício proposto:
Esta proposta foi a entrada para um concurso que visava remodelar um silo industrial existente no porto de Pireus, Grécia, com o intuito de o converter em Museu de Antiguidades Marítimas. O espólio a ser exposto implicava a definição de algumas salas de grande dimensão e pés-direitos variáveis entre os 4,5 e os 12m.
O edifício existente é composto quase na sua totalidade por vários silos retangulares com 26m de altura. A sua configuração é interessante pela peculiaridade de seus espaços: aberto, amplo, alto, com uma rugosidade industrial. Muitos destes aspetos devem ser mantidos pois, as suas particularidades espaciais podem apresentar uma abordagem singular ao programa museológico. Assim, a nossa proposta assume uma nova identidade para o edifício, sem negligenciar a sua memória como um silo e edifício portuário.
O núcleo da estrutura deve ser mantido o mais integralmente possível. Os dois níveis inferiores de pillotis serão transformados em amplos espaços, principalmente, para os usos públicos do programa: acesso, cultural, recreativo. Ao nível do solo pretendemos manter o espaço existente como uma floresta de pilares de betão. O muro que delimita o local a Nordeste será demolido para tornar o acesso à frente de água possível. Esta intervenção irá melhorar a circulação em torno do edifício e criar uma nova praça coberta e vibrante que será, ao mesmo tempo, pública e privada, aberta e fechada. Esta área pode servir como um espaço de exposição pública ou pode conter outros eventos públicos.
Esta praça está localizado entre os dois volumes de acesso: um para uso público e o outro para a utilização do serviço e do pessoal localizados em zonas opostas. O acesso de serviço é feito a partir do Nordeste e, portanto, escondido das principais áreas públicas. Este é o lugar onde a recepção de objetos e funcionários irão ter lugar. Um parque de estacionamento para o pessoal está previsto ao nível da rua, com capacidade para sete carros e dois camiões. A partir daqui, o acesso a todas as áreas acessíveis ao pessoal é possível.
A nossa proposta pretende manter o máximo do edifício existente quanto possível, o que apresenta tanto vantagens como desafios. As principais vantagens estão na manutenção do controlo de custos, mantendo a integridade estrutural e espacial do edifício existente. Os desafios são a incompatibilidade das células fechadas com o programa de espaços amplos que é comum em museus.
Como tal, foi dada especial atenção para as duas principais características estruturais do edifício: as pillotis nos níveis inferiores, que serão integralmente mantidos, e as células do silo, que precisam ser abertos para criar continuidade espacial. Pensamos ser importante dar especial atenção às juntas de dilatação e a intervenção limitada nas paredes periféricas de cada edifício estaticamente independente. Quando ocorrem aberturas, estas são desenhadas simetricamente em forma de arcos elípticos.
Este projeto ampliou o pavilhão de consultas externas do Hospital de Magalhães Lemos, adicionando uma ala com 10 novos gabinetes de consulta.
Esta nova ala foi implantada a Norte de um edifício com planta em L, criando um pátio semi-fechado e estabelecendo uma nova configuração em U.
A organização é simples: um corredor central distribui a circulação para os gabinetes.
Por requisito do cliente, a adição segue e linha e traça do edifício original, com a distinção que cada janela, embora mantendo a configuração existente, divide-se entre dois gabinetes.
O edifício de Terapia Ocupacional de Reabilitação do Hospital de Magalhães Lemos é um espaço onde os utentes do Hospital podem aprendem e ocupar-se com vários tipos de atividades profissionais, entre as quais: cozinha, cerâmica, pintura, carpintaria, costura, gráfica e impressão.
A configuração interior do edifício manteve-se quase intacta.
A intervenção que mais se destaca passou pela reconfiguração do desenho das caixilharias, que joga com o ritmo marcado por duas fileiras de janelas em cada um dos alçados principais, alternando diferentes desenhos entre si.
Cliente: Canaã Futebol Clube
Estado: Suspenso
Localização: São José dos Campos, Brasil
Área: 45000 m2
Data: Julho de 2008
Tipo: Desportivo
O estádio será a casa do Canaã F.C. – uma equipa de futebol em fase de fundação.
Com capacidade total para 29000 pessoas, foi projetado de modo a permitir uma construção progressiva e faseada.
A organização interna foi programada de modo a que os acessos e circulação permitam o controlo de público e a evacuação completa do recinto em menos de cinco minutos.